Arquiteta revela segredo de conciliar profissão e empresa de alimentos
- engajaaiempreended
- May 19, 2021
- 4 min read
Updated: May 24, 2021
Por: Bernardo Rego
Vanessa afirma que clientela é detalhista

O século XXI mostrou-se bastante promissor logo nos primeiros anos de história. A tecnologia mostrava-se sólida e detentora de uma força que ajudaria a todos ao longo do tempo. Concomitante a isso várias empresas foram criadas através do ideal de empreender e os profissionais tornarem-se autossuficientes.
A arquiteta Vanessa Bomfim seguiu essa premissa e decidiu unir a sua profissão de ofício com o desafio de empreender na sua própria empresa, Sabor + Caseiro, que produz pão de queijo e sequilhos, em parceria com mais duas sócias. Nesta entrevista concedida ao blog EngajaAi ela nos contou como concilia as atividades, os desafios enfrentados e mostrou as semelhanças que existem entre a arquitetura e o gerenciamento do próprio negócio.
Bernardo Rego: De que forma você administra a clientela de arquitetura concomitante ao do Sabor +?
Vanessa Bomfim: Para isso preciso ter as atividades muito bem organizadas. Na Sabor+Caseiro a gente tem dias definidos para cada atividade desempenhada, com isso eu consigo já colocar na agenda quais são os dias fixos que eu preciso tá disponível para atender à empresa e a partir disso consigo articular com a demanda de arquitetura. Nem sempre isso casa perfeitamente, às vezes eu preciso agendar com o cliente no horário, por exemplo, que deveria estar produzindo ou fazendo outra atividade da Sabor +, aí eu tenho que flexibilizar com as outras sócias. Como são 3 integrantes, fica mais fácil conciliar as duas atividades.
Eu já desempenho mais de uma tarefa acho que desde a faculdade. Esse atendimento ao cliente normalmente era feito nos finais de semana ou então depois das 18 horas, de segunda a sexta, como estamos em pandemia, tivemos que alterar algumas coisas e parte do que era feito presencial tem sido mais virtual. O cliente manda para mim fotos/vídeos do espaço e a reunião de apresentação da proposta é realizada por meio virtual, com auxílio de outras ferramentas virtuais montamos o briefing do projeto nessa etapa inicial.
BR: Qual a principal diferença entre um e outro?
VB: As procuras são diferentes, as demandas dos clientes Sabor + são diferentes da demanda de arquitetura mas o que eu percebo em ambos é a atenção ao detalhe e isso é muito legal porque eu consegui, de certa de forma, aplicar o que eu faço em arquitetura na empresa.
Não é só o sabor do produto que a gente vende, mas o produto como um todo. A imagem desse produto, o sabor, a embalagem, a finalização, ou seja, como o produto chega ao cliente. Isso eu vejo muito próximo da minha atuação com arquitetura, não é só a reforma pronta, por exemplo, tem todo um processo e o cliente tanto de um quanto de outro é muito visual e aí como eu já tinha essa experiência com arquitetura foi mais fácil. Por exemplo, os cards de informação para facilitar tanto na divulgação no Instagram quanto no WhatsApp, por mais óbvio que pareça para gente nem sempre é óbvio para o cliente, então tentamos colocar em imagens todas as respostas que ele procura e isso fomos aprendendo com o tempo no nosso empreendimento.
Em arquitetura por mais que eu explique ao cliente o que vai ser, como vai ficar, nem sempre o desenho em 2 dimensões é suficiente para que ele entenda, então temos que desenvolver imagens que demonstrem com realismo como as ideias vão se materializar e por vezes relacionar com o que ele conhece para que o entendimento fique claro. As duas categorias de clientes exigem muito da questão visual para poder comprar o produto.
BR: Você consegue lidar com as duas funções que exerce? Há elementos de planejamento que são diferentes?
VB: Consigo lidar. É tranquilo a depender do momento. Quando a gente trabalha com projeto de arquitetura, ele é desenvolvido por etapas. Tem um processo que vai do atendimento ao cliente até a entrega da unidade reformada e esse processo tem várias etapas. Normalmente a etapa mais turbulenta é a de obra. Na fase de obra é o período que eu tenho mais demanda de flexibilização com a Sabor + porque às vezes eu preciso sair para resolver alguma coisa que surgiu de modo imprevisto e essa é uma solicitação que não tenho controle de quando vai surgir.
A atividade da Sabor+ tem um processo com planejamento mais fixo.
BR: Para você foi um desafio entrar em uma área que era um tanto desconhecida?
VB: Foi um desafio porque eu não sabia o retorno que ia ter. Apesar de ter algumas características semelhantes porque por exemplo, em arquitetura eu também atuo com atendimento e com a alta expectativa do cliente, mas já estava familiarizada com esse mercado de certa forma, e com esse processo. A Sabor Mais caseiro é para mim completamente nova, por ser uma área de alimentos que eu não tinha experiência e foi desafiador, mas é muito legal. No final das contas acaba sendo bem enriquecedor ainda mais por ter conseguido fazer a correlação de uma coisa com a outra sendo áreas tão diferentes. Eu consigo enxergar o produto finalizado antes mesmo de ele estar pronto, que é o que eu faço com arquitetura. Eu preciso ter na minha mente a imagem de como vai ser aquele lugar depois da reforma. Eu levei isso para minha atuação com a Sabor+ Caseiro, quando estamos planejando um produto para lançar, visualizamos como será ele pronto, assim é possível elencar os itens necessários para desenvolvimento e evita surpresas no processo. Em fase de projeto, organizamos tudo para que o cliente tenha o melhor possível, com isso temos a procedimentação e atenção aos detalhes como elementos primordiais.
A arquiteta Vanessa é uma ótima profissional que se dedica ao máximo na qualidade e no resultado dos seus trabalhos. Contribuir com mais qualidade de vida para as pessoas através do seu trabalho é um dos seus objetivos.