Chocoblack: Conheça a história de Felipe Oliveira

Entre o curso de jornalismo e as vendas de ovos trufados, o jovem segue se mantendo e inovando no ramo alimentício.

Por Valéria Cardoso

Nos últimos anos, o Brasil vem obtendo um crescimento cada vez mais significativo com relação ao número de microempreendedores, os famosos MEI’s. Segundo dados do Portal Empreendedor, apontados pelo G1, em plena pandemia - entre março e dezembro de 2020- houve um aumento de 13,23% no índice relacionado a estes profissionais regularizados, taxa que representa cerca de 11.316.853 brasileiros.

Felipe Oliveira (22), estudante do curso de jornalismo, é um dos milhões de novos empreendedores que decidiram começar um negócio apenas para complementar a renda, mas desde então, ele nunca mais parou. Foi no ensino médio que o jovem passou a fazer trufas. O objetivo era ganhar algum dinheiro e ter um pouco mais de independência financeira, contudo, alguns anos depois, nascia a Chocoblack, dedicada principalmente à venda de ovos trufados.

Mas como empreender não é tarefa fácil, o futuro comunicólogo precisou investir tempo e recursos no novo negócio, desde a melhora no espaço de produção dos ovos, até o material usado para confecção, tudo foi pensado para que os clientes pudessem receber um produto bem-feito. E em tempos de isolamento social, Felipe ainda teve a coragem de dar um passo a mais na empreitada e disponibilizou o serviço de entregas, fazendo crescer seu percentual de vendas. “Bate muito medo porque a gente não sabe qual vai ser o retorno, mas há quase 5 anos a gente vem “metendo as caras” e está dando certo”, afirmou.

O dono da Chocoblack, que tem como referência a estilista Madá, da Negrif, uma loja de roupas moda afro, almeja “alcançar mais pessoas e fazer com que a Chocoblack seja mais conhecida”, e para isso conta com as redes sociais, em especial o Instagram. “A rede social tem ajudado, de fato, porque lá as pessoas conseguem ver os nossos produtos, o resultado das nossas vendas e como as pessoas ficam ao receber”, completou.

Felipe revelou ainda que a pequena empresa possui a política de se manter ligada às datas comemorativas, realizando ações como a de mandar um kit de trufas no Dia Internacional da Mulher para a primeira pessoa vacinada com o imunizante da Covid-19 na Bahia, a enfermeira Maria Angélica, de 53 anos. “Ela é enfermeira, negra… Então tem tudo a ver com a nossa proposta”, contou ele.

Algo interessante é que, ao contrário de muitos outros micro negócios, o de Felipe não foi abalado com a pandemia, pelo contrário, expandiu ainda mais. Segundo o estudante, a média de vendas durante a Páscoa nos anos anteriores ficava entre 70 a 100 ovos, e nas duas últimas (2020 e 2021) chegou a ultrapassar a marca dos 300. O próximo passo agora, é “estar presente durante todo o ano”.

Primeiro personagem desta saga de “Histórias que Inspiram", Felipe Oliveira pretende continuar empreendendo no ramo alimentício, e se vê, daqui um ano, atingindo patamares ainda maiores. Ele deixa também uma dica para outros jovens que, como ele, desejam começar um novo negócio: “Mete as caras, acredita que vai dar certo, tente! Mas com cuidado, tem que ter um equilíbrio entre a razão e a emoção. Eu acho que todo mundo tem que pensar em algo pra empreender porque é o futuro do nosso país”.