Economista alerta jovens empreendedores na concepção dos negócios

Por: Bernardo Rego

Isaías Júnior atesta que é preciso fazer um bom planejamento

No princípio da segunda década do século XXI a tecnologia já domina quase todas as áreas do conhecimento e no ramo dos negócios não é diferente. Muitas pessoas já não querem mais exercer aquele papel formal de cumprir 8 horas diárias com intervalo de almoço e cada vez mais migram para o mercado empreendedor. As ideias são múltiplas, contudo há um certo entrave quando o assunto é administrar a parte financeira.

Por isso, convidamos o professor e economista Isaías Júnior para uma entrevista com o objetivo de esclarecer-nos sobre qual a melhor maneira de lidar com as finanças, qual a estratégia adequada na hora de pensar em empreender e o que não se deve fazer para a fim de não se perder no desenvolvimento dos projetos pessoais. Ele também pontua a respeito do conhecimento básico que devemos ter quando almejamos montar uma empresa ou empreendimento.

Bernardo Rego: O empreendedor, principalmente o iniciante, almeja montar um negócio e prosperar. Mas, para alcançar esse patamar a caminhada é longa. Qual a melhor maneira de lidar com os recursos financeiros sem sair do compasso?

Isaías Júnior: O primeiro passo é a elaboração de Plano de Negócio que vai analisar a viabilidade da ideia de negócios e ajuda a definir melhor o modelo de negócios. Analisar a Oferta – Qual é a proposta de criação de valor real para o cliente. O Mercado – Qual é o público alvo? Quais são os canais de distribuição? E como será feito o relacionamento com o cliente. A Infraestrutura – Qual é a infraestrutura necessária para o funcionamento do modelo de negócios? (Exemplo: Espaço físico, equipamentos, instalações, etc). Finanças – De onde vem a receita do negócio? Quais são os custos e despesas para viabilizar a operação do negócio. Desta forma podemos projetar uma estimativa de receita, custos e despesas, para verificar a viabilidade econômica da ideia de negócios.

BR: Administrar dinheiro não é uma tarefa simples, mas o senhor teria alguma dica para as pessoas que querem arriscar em uma nova fonte de renda e não sabem por onde começar?

IJ: As oportunidades (no mercado produtivo ou financeiro) não batem a nossa porta por acaso, elas acontecem quando certos momentos precisam de mudança e a percepção aguçada do empreendedor desperta para ela. Por isso, o indivíduo precisa estar com as “antenas ligadas” para perceber quando uma oportunidade é a melhor alternativa. Dinheiro não leva desaforo para casa, se não tratar bem as consequências são endividamento.

BR: Um bom planejamento tem bastante relevância quando se pretende montar uma empresa. O senhor acredita que inicialmente é melhor pensar a longo ou curto prazo? É válido investir capital em mais de uma fonte de renda?

IJ: Importante pensar de longo prazo e agir em curto prazo. Nosso dinheiro deve buscar alternativas e não apenas uma. Colocar tudo em uma cesta apenas aumenta o risco. A diversificação é uma forma de diluir os riscos e evitar surpresas. Tudo envolve riscos, mas devemos buscar fazer uma boa carteira de investimentos.

BR: Quais os conhecimentos básicos, na área de finanças e administração, que o senhor acredita ser indispensável para alguém que pretende empreender?

IJ: Acredito que a capacidade de identificar as oportunidades é indispensável ao empreendedor, pois o indivíduo está mais próximo aos processos, aos produtos, dos clientes, das atividades rotineiras. Intrinsecamente, o processo de identificação de oportunidades deve estar diretamente relacionado e motivado pela condição humana. De qualquer forma, faz parte do pensamento do empreendedor “que é melhor estar sempre preparado para aproveitar uma oportunidade e não ter nenhuma do que surgir uma oportunidade e não estar preparado para aproveitá-la.” (HASHIMOTO, 2013).